Conta-se que no século passado, um turista americano foi à cidade do
Cairo no Egito, com o objetivo de visitar um famoso sábio.
O turista ficou surpreso ao ver que o sábio morava num quartinho muito
simples e cheio de livros.
As únicas peças de mobília eram uma cama, uma mesa e um banco.
- Onde estão seus móveis? Perguntou o turista.
E o sábio, bem depressa olhou ao seu redor e perguntou também:
- E onde estão os seus...?
- Os meus?! Surpreendeu-se o turista.
- Mas estou aqui só de passagem!
- Eu também... - concluiu o sábio.

A vida na Terra é somente uma passagem... No entanto, alguns vivem como se fossem ficar aqui eternamente, e se esquecem de ser felizes.

Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual...somos seres espirituais passando por uma experiência humana.

Mais uma vez inspirado pelas poucas, mas sensatas e dignas de uma página em um jornal, palavras de Paula Póvoa Tavares e pelas inconscientes acolhedoras frases atravessadas de Rosana DiMaggio, venho aqui ver se chego aos pés dessas geniais personalidades encobertas, ainda, pelo anonimato.
Não, verdade, bonito, querer, passado, diversão, bem, errado, engano. Engraçado como palavras podem significar tantas coisas quando vistas de formas separadas. Mas aos juntá-las como em um quebra-cabeça podemos mudar o mundo de uma pessoa, podemos mudar o nosso próprio mundo e o modo de como o vemos. Uma coisa é certa, a maneira em que montamos essas frases e textos, assim como em uma construção de um prédio, há de ter consistência e alicerces para que ninguém se machuque, pois assim podemos seguir com a consciência limpa e tranqüila por esse mundo. Bom, fica aqui uma parte mto foda do Grande Sertão procês.


"Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual. O igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Amigo é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê é que é.."
João Guimarães Rosa (sobre amizade) - Grande sertão veredas

Seu amigo cai ao chão, sangue espalhado, pessoas agonizando por todo lado. Ele vê um ser barbado, com uma aparência rústica com um grito voraz e uma lâmina afiada correndo em sua direção, não há tempo para lamentar sua perda. Sente de longe o ódio emanado, a vontade insana de sangue e perturbada por um motivo desconhecido por aquilo tudo vinda de seu rival instantâneo. Sim, esse é o pensamento vigente, é isso ou a morte. Escuta o som da espada cortando o ar, faz um movimento calculado, ou até mesmo decorado por seu corpo, para evitar o golpe fatal. Sente o momento exato para o desfecho e executa-o. Olhando nos olhos daquele que jaz em sua arma embainhada, consegue ler seus pensamentos. São pensamentos sofridos e cheio de lamentações que somente a pessoa que lhe tirou a vida poderia sentir. Deixa-o ao chão. Os segundos tornam-se horas ou até mesmo dias. Ele pensa: "Qual é o sentido dessa batalha? Tantas vidas por qual razão? Seria sensato continuar? Não há mais volta. É a vitória ou o fim!". Corre para um novo alvo juntando as forças restantes em seu corpo. A fadiga misturada ao peso de sua armadura forçava-o ao chão.

Uma dor excruciante toma sua cabeça, e um olhar seu para o peito lhe mostra que um pedaço de madeira lhe perfurava. O gosto de sangue lhe toma a boca e o pensamento e um ódio junto com uma vontade de vingança pela pessoa que o fez aquilo possui sua mente. Ele vai ao chão e lembra de sua amada lhe dizer: "Volte para nós, meu amor. Você é tudo para mim!" e aquele sentimento ruim dissolvia com a lembrança de quem mudou sua vida para melhor. Sente uma necessidade de lhe mandar uma mensagem. Junta o que resta de sua vida e escreve no chão - "Desculpe-me por não voltar, meu anjo! Te espero do outro lado!"

Ele respirava aliviado por estar em um lugar tão belo e tão silencioso. Olha para o campo aberto e sente a brisa lhe percorrer os pulmões, admira o nascer do sol ao longe e uma sensação, que ele não sabia ao certo o que era, lhe tomar o corpo. Ele se levanta e vê que ali estava uma linda borboleta voando ao seu redor. Encarando aquele pequeno ser que o deslumbrava a visão, pela beleza embutida nas cores fortes e vivas de suas asas, ele sente uma necessidade incontrolável de ir atrás da pequena borboleta. A borboleta se afasta assustada do ser grande que a persegue, e nosso inocente protagonista sai em perseguição daquele intrigante ser que o encantava como a luz da lua.

Durante muito tempo aquele percurso em volto da borboleta foi cansativo e doloroso. Ele caía e se levantava, cada vez mais distante do seu objetivo, até que um lapso de lucidez lhe veio a cabeça: "Não alcançarei aquele ser que tanto me intriga, mas também não consigo simplesmente deixá-lo! Ele já faz parte da minha vida. Tenho que ao menos ajudá-lo em seu percurso." - conclui o andante.

Com o que resta de vontade e força, ele inspira bem fundo, corre o máximo que a fadiga lhe permite, e ao se aproximar da borboleta expele todo o ar em seu pulmão para que a mesma tome propulsão para um vôo mais alto. Vendo que seu objetivo foi cumprido, ele esboça um sorriso no rosto e cai ao chão satisfeito desejando à pequena borboleta uma vida plena.

Ele desperta de seu sono e vê que está tudo diferente, seu mundo já não é mais o mesmo, a paisagem está alterada e as pessoas estão mudadas. Isso tudo graças a uma luz intensa que o despertou de seu mundo que a princípio era o verdadeiro, mas depois de acordado, ele não quis mais dormir. Se sentiu bem mas ao mesmo tempo em dúvida: “Será que ficar sem dormir não me trará um mal maior do que esse bem estar que venho sentindo? Será que isso irá durar para sempre? Ou estou em apenas mais um sonho?”

Essas perguntas pairavam no ar a todo instante deixando nosso protagonista sem a razão para se quer mover em frente. A luz novamente o atinge e então ele escuta uma voz ao fundo que lhe traz uma alegria imensa e ele se entrega de corpo e alma à vontade alheia dessa estranha sensação. O desfecho é desconhecido pelos seres que lhe contam essa história pois os mesmos nunca sentiram força igual e no seu tempo devido entenderão, pois há coisas que as palavras não conseguem descrever.

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Aqui vão alguns devaneios, ou delírios segundo opinião de alguns, que circundam não só a minha mente, mas a de algumas pessoas. Fiquem a vontade para criticar ou dar sugestões. Espero que gostem dos textos.

Alexandre Silva Reis

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Estudante de Engenharia, amante de cinema, séries,animes e mangás.

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